sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

UMA REFLEXÃO SOBRE O BASQUETEBOL EM CADEIRA DE RODAS NO BRASIL.












Caros,


Entra ano e sai ano, e cada vez mais nós estamos vendo o Basquetebol em Cadeira de Rodas do Brasil em uma rota de retrocessos, que passa pelos resultados nas competições oficiais do calendário internacional, até mesmo nas dificuldades de execução dos calendários nacionais e em recente decisão da CBBC a extinção dos campeonatos Regionais, que agora se resumem a “seletivas” para a divisão de acesso.

VEJAMOS ALGUNS FATOS QUE CONTRIBUEM PARA ESTA AVALIAÇÃO.

É um fato que todos sabemos que no caso da Seleção Masculina não estamos conseguindo nem nos classificar para as competições de âmbito mundial, como as Paraolimpíadas e os Mundiais. A Seleção Masculina, desde que atual gestão assumiu em 2009 , não particip de nenhuma destas competições.

Vejamos a trajetória da Seleção MASCULINA:

·        Mundial Masculino de 2014 na Korea: Mesmo com o aumento para 16 equipes não conseguimos nos classificar.

·        Paraolimpíadas de Londres -  Não nos classificamos.

·        Mundial Masculino de 2010 na Inglaterra: Foram 12 vagas e também não nos classificamos.

·        Paraolimpíadas da China, em 2008, nossa ultima participação masculina em uma competição paralímpica, ficamos em 8º lugar, sendo que na participação em Athenas,  em 2004,  tínhamos ficado em 10º lugar, como vemos vínhamos mostrando uma evolução nos resultados.

·        Nossa retrospectiva foi que em ficamos em 10º no Mundial do Japão, em 2002 e evoluímos para a em 9º colocação  no mundial de 2006 na Holanda.


Vejamos os resultados da Seleção FEMININA:

·        Nossa participação começa em 2010, no Mundial na Inglaterra em que ficamos em 10º colocação em uma competição que teve 10 seleções participantes. Agora em 2014 regredimos para o 11º lugar, apesar da evolução apresentada na Paralimpíadas de Londres em que ficamos na 9º posição, com uma de nossas atletas, a Lia, como cestinha da Paralimpíada.

Esta piora no resultado do último mundial deve-se a uma estratégia equivocada da CBBC que promoveu mudanças estruturais no grupo que foi campeão invicto da COPA AMÉRICA, onde conquistamos de forma incontestável a nossa vaga para o mundial do Canadá. Uma mudança que só deveria ocorrer após a conclusão do ciclo até o Mundial de 2014.

OUTRO FATOR IMPORTANTE A SER CONSIDERADO NESTA ANÁLISE:

Muito se fala na falta de recursos, eu mesmo fiz uma postagem questionando o porquê da CBBC não se regularizar junto ao Ministério dos Esportes e participar dos Editais para apoio às modalidades paralímpicas.

Veja a postagem sobre este assunto em: 
http://lincolnfiuza.blogspot.com.br/2014/08/porque-cbbc-nao-pode-fazer-convenios.html

Para que vocês tenham uma ideia da PERDA que estamos tendo com a gestão atual da CBBC relaciono abaixo os recursos que algumas Confederações PARALÍMPICAS têm conseguindo junto ao Ministério dos Esportes, bem como o exemplo da CBB, que consegue aprovar grandes e importantes projetos junto ao Ministério dos Esportes, vejam na tabela abaixo:
Primeiro quadro os projetos selecionados pelo Ministério dos Esportes de modalidades Paralímpicas (quadro 01) e o segundo quadro os projetos selecionados da CBB – Confederação Brasileira de Basquetebol:

Quadro 01
Entidade
Nº da proposta
Projeto
Valor aprovado
CONFEDERACAO BRASILEIRA DE TENIS DE MESA

035446/2014

Participação em Competições Internacionais de Alto rendimento da Seleção Brasileira Paralímpica de Tênis de Mesa.
6.341.800,02

CONFEDERACAO BRASILEIRA DE TENIS DE MESA

35403/2014

Preparação da Seleção Brasileira Paralímpica de Tênis de Mesa para participação nos Jogos Paralímpicos Rio 2016.
4.039.842,76

CONFEDERACAO BRASILEIRA DE TIRO COM ARCO

35386/2014

Oferecer as condições ideais de aperfeiçoamento técnico aos atletas paralímpicos de tiro com arco.
3.264.154,10

CONFEDERACAO BRASILEIRA DE TENIS DE MESA

35401/2014

Implantação da Rede Nacional de Treinamento em Tênis de Mesa Olímpico e Paralímpico.
8.930.385,47



Quadro 02
Entidade
Nº da proposta
Projeto
Valor aprovado
CONFEDERACAO BRASILEIRA DE BASKETBALL

36051/2014

Preparação da Seleção Brasileira Adulta Masculina 2015/2016

13.895.863,01

CONFEDERACAO BRASILEIRA DE BASKETBALL

35852/2014

Preparação das atletas da equipe feminina da Seleção Brasileira de Desenvolvimento de Basquetebol Adulta, propiciando as melhores condições possíveis.
8.718.945,91

CONFEDERACAO BRASILEIRA DE BASKETBALL

36073/2014

Preparação dos atletas da Equipe Masculina da Seleção Brasileira de Basquetebol Sub-19, propiciando as melhores condições possíveis para treinamento e disputas de competições.

1.602.020,07

CONFEDERACAO BRASILEIRA DE BASKETBALL

36053/2014

Preparação das atletas da equipe feminina da Seleção Brasileira de Desenvolvimento de Basquetebol Sub-19, propiciando as melhores condições possíveis.

1.581.020,48

CONFEDERACAO BRASILEIRA DE BASKETBALL

36072/2014

Preparação das atletas da equipe feminina da Seleção Brasileira de Desenvolvimento de Basquetebol sub 15, 16, 17, 18, propiciando as melhores

8.144.000,00

CONFEDERACAO BRASILEIRA DE BASKETBALL

36300/2014

Realização da Copa Brasil (fase regional) nas 5 regiões do Pais: Centro-Oeste, Nordeste, Norte, Sudeste e Sul e a Supercopa do Brasil (Fase Final), masculino e feminino adulto.

2.547.957,06

CONFEDERACAO BRASILEIRA DE BASKETBALL

36374/2014

Treinamento e participação em importantes competições nacionais internacionais de atletas das seleções adultas e sub 18 masculina e feminina e equipes masculinas.
2.121.903,66

CONFEDERACAO BRASILEIRA DE BASKETBALL

36373/2014

O projeto se destina a realização dos Campeonatos Brasileiros Masculinos e Femininos Sub-19 da 1ª Divisão, 2ª Divisão e 3ª Divisão do ano de 2015.

2.447.685,23

CONFEDERACAO BRASILEIRA DE BASKETBALL

36286/2014

Escola Nacional de Basquete 2015/2016 - O convênio se destina a realização de 20 (vinte) Cursos de formação e certificação de treinadores e de árbitros e 32 eventos de MINI Basquete. Assim fomentar o basquete através do desenvolvendo de 3 pilares importantes: TREINADORES, JOVENS ATLETAS, ÁRBITROS

7.196.576,28


Fonte: http://esporte.gov.br/index.php/institucional/alto-rendimento/chamada-publica

Poderíamos da mesma forma estar participando dos editais do Ministério dos Esportes e garantindo recursos para a realização do nosso calendário de competições tanto nacionais como regionais, veja que a CBB (basquete andante), na proposta de nº 36300/2014, ela já garante para 2015 recursos na ordem de R$ 2.547.957,06 para a realização dos 05 regionais e mais a fase final masculina e feminina. Já na proposta de nº 36373/2014 se garante R$ 2.447.685,23, para a realização dos Brasileiros da 1ª, 2ª e 3ª divisão, isso para o SUB-19. Para finalizar esta avaliação na proposta nº 36286/2014, se tem um montante reservado de R$ 7.196.576,28, para a ESCOLA NACIONAL DE BASQUETE,  para o investimento em cursos de capacitação de Técnicos, árbitros e descobrimento de novos atletas nas clínicas de mini basquete, isso para o biênio 2015/2016.

Estou só fazendo a avaliação de um fonte com grandes possibilidades de captação, o Ministério dos Esportes, temos também que lembrar outras fontes, como a LEI DE INCENTIVO DO ESPORTE, as próprias Estatais Públicas e também a possibilidade de formalização de patrocínios com empresas privadas.

Ao contrário o que vemos é que com a transformação dos Regionais em seletivas para a divisão de acesso, temos equipes, como por exemplo o ICEP BRASIL, aqui de Brasília, que possui um patrocínio do peso do BRADESCO, pela Lei de Incentivo, e que este ano fechará o ano com somente duas partidas oficiais realizadas promovidas pela CBBC e o mais grave foi que pela forma que a 2ª divisão foi disputadas , acabou caindo para a 3ª divisão. Como conseguir fidelizar um patrocinador com este peso apresentando esta qualidade de visibilidade para a sua marca?

Para os que não acompanharam esclareço:

O Brasileiro em Brasília, da 2ª divisão, agora no mês de novembro , aconteceu em uma estrutura onde os atletas ficaram em alojamentos, onde as delegações tiveram que dividir o mesmo alojamento, duas em cada alojamento e ainda sem banheiros internos. A competição foi realizada, em função da falta de 3 delegações, em uma fórmula de 4 chaves, 3 com duas equipes, e uma quarta chave com 3 equipes. Esta foi a chave do ICEP, e que pelo sorteio, ficou na mesma chave das equipes campeã e 3ª colocadas ao final do certame. Vemos que uma competição organizada desta forma não consegue chegar a real comparação entre as equipes presentes. 

Aí eu pergunto: Como que se quer dar qualidade a competição sendo que os clubes tem que enfrentar tantas adversidades "fora da quadra" ?

FALTA DE RECURSOS?

Lembro que o problema sempre alegado e a falta de recursos, mas lembro  também de que aqui mesmo, em Brasília, foi realizada uma competição, a 1ª  divisão, no início de 2014, onde os atletas ficaram em quartos duplos, aos custo de aproximadamente R$ 370,00 a diária. Será que é falta de recursos mesmo ou de planejamento?

Veja a qualidade do Hotel...

http://www.atlanticahotels.com.br/hotel/brasilia/quality-hotel-e-suites-brasilia


Estas são algumas reflexões e perguntas que as respostas ficam no ar e que entendo que as mudanças tem que começar a ser planejadas para ontem.


E VOCÊ O QUE PENSA DISSO, ESTAMOS NO CAMINHO CERTO?


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