quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Uma contribuição que veio do Rio Grande do Sul - Manoel Goes - vamos conhecer suas avalizações sobre o atual estágio de desenvolvimento do Basquetebol em Cadeiras de Rodas no Brasil.



Vamos conhecer melhor o Manoel Goes Sobrinho - Trabalhando junto com o atual Presidente João Carlos Mariani, foi fundador do CIDeF em 1996, em 2009 assumi como Presidente da Associação. Até então jogávamos somente amistosos, torneios na região sul sem muitos objetivos. Na gestão de Manoel foi quando o professor Tiago José Frank entrou no projeto, com o objetivo em dar um aspecto mais profissional à equipe, neste mesmo ano começamos a nos estruturar com vista à disputa do campeonato brasileiro do ano seguinte e em 2010, nos classificamos para o brasileiro da divisão de acesso onde terminamos em 4º lugar, no ano de 2011, fomos vice-campeões da 3º divisão perdendo a final para a equipe da Afadefi por seis pontos. Em 2012, terminamos em 7º lugar o brasileiro da 2º divisão. Após 04 anos a frente do CIDeF entregou a presidência com a sensação de dever comprido. Atualmente sou tesoureiro da associação que neste ano conseguiu ficar entre os quatro melhores da segunda divisão do Brasileiro.


LF - Como você avalia o desenvolvimento atual do Basquetebol em Cadeiras de Rodas no Brasil, continuamos sendo o "esporte paraolímpico nº 1”?

MANOEL GOES - Temos excelentes equipes que se preocupam com o desenvolvimento do basquete em cadeira de rodas no Brasil, tanto é que fomos campeões sub 21 na argentina em outubro.  Infelizmente não vejo essa mesma disposição na CBBC, cancelando competições a dois dias do início, onerando com isso os clubes, com essa desorganização, não tem como considerar o BCR o esporte paralímpico nº 1, se não temos nem calendário definido, exemplo disso é o CPB, que já divulgou todo o calendário para 2014, facilitando a busca de recurso e programação dos clubes. Quando tivermos isso na CBBC, poderemos nos considerar o nº 1.


LF - Quanto às transmissões dos jogos pela Internet, você acompanhava? Por que você acha que as transmissões não estão acontecendo, você acredita que seria importante fazer as transmissões dos jogos?

MANOEL GOES - Sim acompanhava e também divulgava para que outros adeptos acompanhassem... Até hoje não entendo porque parou, era uma ferramenta a mais que tínhamos para buscar apoio, mostrando a possíveis colaboradores que sua marca poderia ser vista por um grande numero de pessoas que acompanhavam os jogos.

LF - O que você avalia sobre o Calendário Oficial do Basquetebol em Cadeira de Rodas no Brasil?

MANOEL GOES - Qual calendário? Esse atual, onde somos informados duas semanas antes da competição o local e data, ai termos que correr atrás de passagens a preços exorbitantes. Visto que estamos no sul do país e normalmente as competições são no nordeste e ainda correr o risco de um dia antes a CBBC cancelar o campeonato. Isso para mim não é organização. Organizado seria se no início do ano tivéssemos as competições com local e data pré-definida, facilitando a busca de recursos, apoio e até passagens mais em conta.

LF - Você acredita que adiamentos das competições como este ocorrida agora dos campeonatos Brasileiros , atrapalha quanto ao relacionamento com os Patrocinadores?

MANOEL GOES - Com certeza atrapalha, pois o que o patrocinador quer ver é sua marca exposta em algo organizado e esses cancelamentos acabam fragilizando a credibilidade dos clubes diante ao patrocinador.

LF - Como você avalia os resultados da Seleção Masculina que não a Londres em 2012, não foi no último Mundial e também não estará no PRÓXIMO?

MANOEL GOES - Acredito que deva ocorrer uma renovação, começando pela comissão técnica, alguém com novas ideias, uma nova visão e buscar renovar a equipe, pois temos ótimos atletas pedindo passagem e não estão tendo oportunidade, nada contra os atuais atletas da seleção principal, são grandes jogadores, mas porque não apostar em atletas novos?


LF - E a Seleção feminina, na sua visão a que se devem os resultados melhores nos últimos anos? E quanto às equipes femininas no Brasil, você acredita que este desenvolvimento tende a se expandir para os demais estados e não ficar concentrado como hoje está?


MANOEL GOES - A seleção feminina tem conquistado melhores resultados pelo conjunto que tem, pois em sua maioria são atletas da mesma equipe... mas a médio prazo acredito que deva ser expandido esse leque e dado oportunidade a atletas de outras regiões. Um maior apoio da CBBC, que pouco ou quase nada investe no feminino, deixando atletas com um grande potencial fora da seleção, por ter concentrado tudo em um grupo fechado.

LF - Na sua visão como está o investimento nas categorias de base do Basquete em cadeira de rodas, você acredita que poderemos ter competições de clubes sub 23, ou até mesmo o basquete participar dos Jogos Escolares Paralímpicos?

MANOEL GOES - Não acredito que em curto prazo isso venha a acontecer, pois com o pouco recurso das equipes, não esta fácil formar novos atletas e falta incentivo por parte da CBBC para apoiar as equipes. Há algum tempo era promessa da CBBC de contratar uma empresa especializada para apoiar as equipes nos projetos da Lei de Incentivo ao Esporte, até hoje isso não ocorre, as equipes conseguem aprovar seus projetos e tem sérias dificuldades na hora de captação de recursos.


LF - Como você vê o investimento na formação de novos profissionais, técnicos, árbitros e classificadores em nosso país?

MANOEL GOES - Deveria acontecer paralelo às principais competições de nosso calendário, clínicas para formação de técnicos, árbitros e classificadores. propondo as equipes ou federações levar esses profissionais e a CBBC bancar a clinica.

LF - Na região sul, nos últimos anos, vimos uma evolução no numero das equipes, na sua avaliação a qualidade técnica tem acompanhado este processo de crescimento numérico? As  novas equipes que tem surgido, estão conseguindo evoluir tecnicamente e se manter ativas nas competições?

MANOEL GOES - Sim temos conseguido formar novas equipes graças a calendários que deixam essas equipes ativas o ano todo, onde equipes em formação buscam informação e até apoio para conseguirem se desenvolver. Temos hoje na região sul juntando as quatro divisões do brasileiro 8 equipes jogando e muitas outras buscando seu espaço.

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