quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Fábio Souza trás mais uma contribuição para o debate sobre o desenvolvimento do Basquete em Cadeira de Rodas no Brasil.



Na entrevista de hoje vamos conhecer as ideias de mais um batalhador pelo desenvolvimento do Basquetebol em Cadeira de Rodas no Brasil. Fábio Sousa, vejam nas respostas abaixo a avaliação que Fabio faz do momento atual do BCR no Brasil.

LF - Como você avalia o desenvolvimento atual do Basquetebol em Cadeiras de Rodas no Brasil, continua sendo o "Esporte Paraolímpico nº 1” ?

FÁBIO SOUZA – Não, definitivamente, não é mais o esporte nº 1, acho que regredimos com nossa seleção e em minha opinião, o BCR não está sendo bem gerido, temos diversos problema com competições, com resultados da seleção, não vejo muita transparência na gestão atual da CBBC e creio que uma mudança na condução da CBBC seria muito bem vinda.

LF - Quanto as transmissões dos jogos pela Internet,  voce acompanhava? Por que voce acha que as transmissões não estão acontecendo, voce acredita que seria importante fazer as transmissões dos jogos?

FÁBIO SOUZA – Eu acompanhava todas as transmissões e divulgava para meus amigos, era incrível assistir aos jogos dos Campeonatos  pelo Brasil, não sei o motivo pelo qual as transmissões pararam, mas, seria muito positivo e agregador, voltar a transmitir, sem publicidade não há crescimento e essa era uma forma de fazer o esporte crescer.

LF - O que voce pensa sobre a organização do Calendário Oficial do Basquetebol em Cadeira de Rodas no Brasil?

FÁBIO SOUZA – Acho que precisamos evoluir muito com a organização, as competições sofrem atraso, locais de competição inadequados e sem público, falhas na organização durante as competições, eu sei que problemas acontecem, mas, temos tido problemas repetidos, parece que não estamos aprendendo com os próprios erros.

LF - Você acredita que adiamentos das competições como este ocorrida agora dos campeonatos Brasileiros , atrapalham quanto ao relacionamento com os Patrocinadores?

FÁBIO SOUZA – Isso é simplesmente inadmissível, adiar uma competição como essa, provocando transtorno na vida pessoal dos atletas, no transporte dos clubes e em todo o planejamento feito é muito ruim para o BCR e para a CBBC, são coisas assim, que não podem acontecer, que passam a ideia de desorganização total.

LF - Como voce avalia os resultados da Seleção Masculina que não a Londres em 2012, não foi no último Mundial e também não estará no próximo?

FÁBIO SOUZA – Acho que a seleção deveria ter uma mudança em sua direção, não nada pessoal contra nenhum técnico, nem tenho motivos para isso, mas já estamos com a mesma técnica a muito tempo e não sei se houve alguma mudança recentemente, mas isso deveria acontecer, pessoas com idéias novas, um gás novo, seria necessário para começar uma mudança. A ausência da seleção em competições importantes, perdendo a vaga para seleções que já tínhamos ultrapassado, foi a mostra do quanto ficamos para trás no cenário internacional.

LF - E a Seleção feminina, a que se devem os resultados melhores que o masculino nos últimos anos?

FÁBIO SOUZA – Acho que o fortalecimento de algumas equipes pelo Brasil, especialmente no Norte do País, aliada ao talento das meninas e ao esforço da Comissão Técnica, proporcionaram resultados inéditos, mas, não podemos esquecer que ainda temos poucas equipes femininas e se quisermos que os resultados continuem aparecendo, será necessário a criação de mais equipes femininas, 2016 está logo aí, precisamos correr para fazer um bom papel.

LF - Na sua visão como está o investimento nas categorias de base do Basquete em cadeira de rodas?

FÁBIO SOUZA – Não tenho visto investimentos nas categorias de base, acho que poucas equipes no Brasil tem essa possibilidade e a CBBC não está fomentando a base, para colher frutos no futuro, precisamos investir agora, fico até triste em ver que muita coisa continua a mesma de anos atrás.

LF - Como voce vê o investimento nas formação de novos profissionais, técnicos, árbitros e classificadores em nosso país?

FÁBIO SOUZA – Também não tenho visto investimento nos profissionais, embora alguns clubes tenham tentado renovação, o mérito tem sido deles, dos clubes é quando algo diferente acontece.

LF - Como está o trabalho em São Paulo, da Federação, competições, cursos..e as novas equipes?

FÁBIO SOUZA – Em São Paulo o trabalho é muito bem elaborado e conduzido, é claro que temos problemas, mas, a Direção de Federação Paulista é muito comprometida e tem ajudado e muito no desenvolvimento e crescimento do BCR no estado, uma dificuldade é o surgimento de novas equipes, isso ainda é muito tímido, creio que os valores envolvidos com a compra das cadeiras esportivas, a necessidade da estrutura para treinamento e de profissionais habilitados dificultam o aparecimento de novas equipes. Alguns cursos tem sido ministrados para os profissionais da área, mas sabemos que temos muito a progredir e creio que precisamos de um esforço conjunto entre Federação, Clubes e atletas.

Espero sinceramente que continuemos progredindo com o BCR no Brasil, temos um potencial incrível, precisamos aproveitar isso e aproveitar o momento, o fato de sediarmos as Paralimpíadas no Brasil em 2016, pode nos ajudar muito com o desenvolvimento desejado.

Um trabalho sério, sem bairrismo, profissional, multidisciplinar é o caminho, em minha opinião.

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