Sistema entende ordens faladas, mas também atende a outros comandos.
Intenção do cadeirante é captada pelos sensores.
Robôs estão a serviço da mobilidade, da independência e da autonomia. Na Universidade de Berlim, o professor Adalberto Llarena, mexicano especializado em robótica, trabalha na melhoria da cadeira de rodas inteligente.
A cadeira enxerga eletronicamente e faz uma leitura do que está em volta, usando sensores. Conforme a cadeira se movimenta, cria uma imagem em três dimensões, um mundo virtual que representa a realidade que a cerca.
O sistema entende as ordens faladas, mas também atende a outros tipos de comandos. Um olhar é o suficiente para mudar a direção da cadeira, que também para em um piscar de olhos.
A intenção do cadeirante é captada pelos sensores, que, colocados em uma espécie de capacete, são capazes de identificar o caminho que não foi falado, não foi visto, mas foi pensado. Eles identificam o que o cadeirante deseja. O robô, que, no caso, é a cadeira, faz o resto.
“Os sensores vêm, se não para substituir, ajudar o usuário. Neste caso, na cadeira de rodas, quem não tem braços ou problemas de mobilidade, que possa fazer com voz. Se não puder fazer com voz, que possa fazer movendo os olhos. Se não puder fazer movimentando os olhos, que possa fazer com o pensamento”, diz Llarena.
Em uma clínica vinculada à Universidade de Greifswald, Tom Schwietzer trabalha cuidando das finanças. Há 18 anos, ele se locomove na cadeira de rodas, onde também fez o tratamento para se adaptar à rotina depois do acidente de moto.
Agora, está aprendendo a trocar a cadeira de rodas pelo que parece ser uma armadura, chamada exoesqueleto. Com um comando, Tom está de pé novamente. Mais um toque e ele caminha pelos corredores da clínica. O esforço a cada movimento é visível, mas o desejo de avançar, também.
O sistema é composto pela estrutura, por uma mochila, onde vão o computador de bordo e a bateria, e por um relógio, que recebe os comandos do usuário e os transmite para o computador. “A sensação é incrível. Você está meio metro acima, vê as coisas de outra perspectiva, mas é difícil descrever a sensação”, afirma Tom.
Pacientes passam quatro ou cinco semanas na clínica treinando no sistema, mas a intenção é que tudo isso não se limite a um treino e que, no futuro, assim como na natureza, o exoesqueleto possa estar na vida, no dia a dia de quem precisa do aparelho.
“Este é um começo, um começo em uma direção por onde não tínhamos ido até agora. Se percebermos que a tecnologia está se expandindo, vai ficar claro que esse é só um ponto de partida, e em 10, 20 anos, pode ser que seja normal que esses pacientes usem o exoesqueleto”, afirma Thomaz Platz, médico responsável pelo projeto.
A fisioterapeuta diz que percebe melhoras físicas nos pacientes que usaram o aparelho. Um deles passou a sentir menos dores no corpo. E não são só os avanços científicos. Algumas conquistas pessoais, triviais, não são menos importantes. “Em uma das etapas, fomos caminhar lá fora. A sensação é muito nova para os pacientes. Os sapatos ficam sujos. Isso dá uma sensação de volta à normalidade”, diz Annett Gillnev.
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